Parte da missão do projeto LIFE IP AZORES NATURA consiste em reforçar as populações de espécies ameaçadas no Arquipélago, protegendo assim a biodiversidade e riqueza do nosso património natural.

Anualmente, é efetuada a recolha de sementes em toda a Região com o propósito de reforçar as populações nas diferentes áreas de intervenção deste projeto, coordenado pela Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas.

É através da sua propagação que conseguimos assegurar a variabilidade genética e a manutenção das populações mais fragmentadas e com poucos indivíduos.

Este ano, apraz-nos anunciar que a época de recolha de sementes nas Flores revelou-se um sucesso, tendo sido colhidas 17 amostras de metade das espécies-alvo de flora existentes nesta ilha.

As sementes das espécies lenhosas, com exceção do cedro-do-mato (𝘑𝘶𝘯𝘪𝘱𝘦𝘳𝘶𝘴 𝘣𝘳𝘦𝘷𝘪𝘧𝘰𝘭𝘪𝘢), são entregues ao cuidado dos Serviços Florestais da Ilha do Pico, que reúne as condições necessárias para gerar o plantio, posteriormente devolvido à ilha de origem para plantação.

Este plantio é introduzido nas áreas de intervenção para o restauro de 𝘩𝘢𝘣𝘪𝘵𝘢𝘵, sendo previamente feita a remoção de invasoras, de modo a ocupar de imediato o espaço com as espécies nativas e estruturantes, evitando a sua reocupação pelas Espécies Exóticas Invasoras.

Até ao momento, de entre todas as espécies-alvo do projeto existentes na ilha das Flores, já foram conservadas uma considerável quantidade de sementes, nomeadamente: pé-de-pomba (𝘈𝘮𝘮𝘪 𝘵𝘳𝘪𝘧𝘰𝘭𝘪𝘢𝘵𝘶𝘮), soros do feto-folha-de-hera (𝘈𝘴𝘱𝘭𝘦𝘯𝘪𝘶𝘮 𝘩𝘦𝘮𝘪𝘰𝘯𝘪𝘵𝘪𝘴), 𝘊𝘩𝘢𝘦𝘳𝘰𝘱𝘩𝘺𝘭𝘭𝘶𝘮 𝘢𝘻𝘰𝘳𝘪𝘤𝘶𝘮, sanguinho (Frangula azorica), cedro-do-mato (𝘑𝘶𝘯𝘪𝘱𝘦𝘳𝘶𝘴 𝘣𝘳𝘦𝘷𝘪𝘧𝘰𝘭𝘪𝘢), louro-da-terra (𝘓𝘢𝘶𝘳𝘶𝘴 𝘢𝘻𝘰𝘳𝘪𝘤𝘢), não-me-esqueças (𝘔𝘺𝘰𝘴𝘰𝘵𝘪𝘴 𝘢𝘻𝘰𝘳𝘪𝘤𝘢), 𝘚𝘤𝘢𝘣𝘪𝘰𝘴𝘢 𝘯𝘪𝘵𝘦𝘯𝘴, uva-da-serra (𝘝𝘢𝘤𝘤𝘪𝘯𝘪𝘶𝘮 𝘤𝘺𝘭𝘪𝘯𝘥𝘳𝘢𝘤𝘦𝘶𝘮) e folhado (𝘝𝘪𝘣𝘶𝘳𝘯𝘶𝘮 𝘵𝘳𝘦𝘭𝘦𝘢𝘴𝘦𝘪).

Esta medida é levada a cabo em todas as ilhas dos Açores, enquadrando-se nas Ações C3.1 “Conservação 𝘦𝘹-𝘴𝘪𝘵𝘶”, C3.2 “Conservação 𝘪𝘯-𝘴𝘪𝘵𝘶” e C4.1 “Boas práticas para conservação de 𝘩𝘢𝘣𝘪𝘵𝘢𝘵 terrestres”.