O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou esta terça-feira, na Horta, que “todos os utilizadores do mar devem estar despertos para os impactos das atividades marítimas”, acrescentando que “tem de haver um esforço coletivo” para que se faça “um uso responsável do nosso mar”.

Gui Menezes falava no Núcleo de Pescas da Horta à chegada da embarcação ‘Tatiana’, uma das três embarcações de pesca profissional envolvidas no ‘Fishing for Litter‘ [Pesca de Lixo], uma ação de limpeza de lixo marinho de fundo que vai decorrer em três ilhas até sexta feira.

Trata-se de uma iniciativa inédita, promovida pelas direções regionais das Pescas e dos Assuntos do Mar, que visa sensibilizar os pescadores açorianos para os impactos da perda ou do abandono de artes de pesca.

“Na atividade da pesca, a perda involuntária de aparelhos é frequente, sendo que estas iniciativas podem ser muito úteis para a sua recuperação”, disse Gui Menezes, frisando que esta ação pode representar “um importante contributo” para a recolha de artes de pesca perdidas.

No âmbito desta ação, os pescadores, em colaboração com os técnicos das direções regionais das Pescas e dos Assuntos do Mar, desenvolveram um instrumento para recolher aparelhos extraviados e outro tipo de lixo marinho do fundo.

Hoje realizou-se a primeira saída de mar, nas ilhas do Faial, Terceira e São Miguel, para recolher artes de pesca perdidas e outros resíduos dos fundos marinhos, sendo que cada embarcação leva a bordo um observador para registo de toda a informação.

Esta iniciativa está a decorrer em áreas específicas selecionadas pelos próprios pescadores, que foram contratados para prestar este serviço através do projeto europeu LIFE IP AZORES NATURA.

A ‘Fishing for Litter’, que conta com a parceria da empresa Sea Expert e a colaboração do Observatório do Mar dos Açores e IMAR/OKEANOS, pretende também alertar para a importância da reposição do bom estado ambiental dos fundos marinhos em áreas da Rede Natura 2000 e nas suas imediações.

De futuro, estas iniciativas poderão vir a ser financiadas por fundos comunitários, nomeadamente pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP).

GaCS/GM | Fotos: GaCS/SRMCT