A lagartixa da Madeira (𝘛𝘦𝘪𝘳𝘢 𝘥𝘶𝘨𝘦𝘴𝘪𝘪) é uma espécie introduzida nos Açores que apresenta comportamento invasor, existindo vários estudos que a apontam como um dos maiores predadores de ovos e crias de aves marinhas, tornando-se, portanto, bastante problemática nos nossos ilhéus, onde existem muitas espécies que os escolhem para nidificar.
Enquadrado nos trabalhos de conservação do LIFE IP AZORES NATURA, nomeadamente na Ação C8.2 “Controlo e erradicação de espécies de fauna invasora em 𝘩𝘢𝘣𝘪𝘵𝘢𝘵 restaurados”, foram criadas zonas de exclusão de lagartixas, em áreas com ninhos, através da construção de vedações e da colocação de armadilhas, como forma de mitigação dos efeitos negativos desta espécie no sucesso reprodutor das aves marinhas. Esta é ainda uma medida que se encontra em avaliação, tendo sido contruída uma zona-piloto apenas no ilhéu da Praia, na ilha Graciosa.
O sucesso desta ação irá ser avaliado nos próximos meses, tendo por base a monitorização dos ninhos das aves marinhas presentes neste ilhéu, nomeadamente o painho de Monteiro (𝘏𝘺𝘥𝘳𝘰𝘣𝘢𝘵𝘦𝘴 𝘮𝘰𝘯𝘵𝘦𝘪𝘳𝘰𝘪). Em cada área de exclusão foi também selecionado um ninho ocupado (com ovo ou cria), onde foi colocada uma câmara de vídeo com sensor de movimento, de modo a confirmar a ausência de atividade das lagartixas e de registar possíveis eventos de predação.
Esta é uma ação que está a ser desenvolvida pela Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas e pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).